As startups surgiram, na segunda metade dos anos 2000, para revolucionar cadeias inteiras de negócios. Com a “Nova Economia”, as indústrias passaram a ter tecnologia de ponta na solução de problemas diários, mudando drasticamente os setores financeiro (Fintechs), varejista (RetailTechs), logístico (LogTechs), educacional (EdTechs) e alimentício (FoodTechs).
Mas há processos em que as novatas também podem aprender com as empresas centenárias para manter um crescimento sustentável e adotar uma estratégia de longo prazo. É o caso da governança corporativa, metodologia que permite o controle e monitoramento enquanto a startup ganha escala.
E qual a importância da governança corporativa para a startup?
Em alguns casos, os leitores associam o conceito de governança corporativa à políticas somente de grandes empresas. Mas, com o crescimento acelerado das startups por meio de ideias inovadoras e rodadas de investimentos, é necessário definir as tarefas e responsabilidades antes mesmo da empresa caminhar com as próprias pernas — isto é, ter lucro e não depender de recursos de terceiros para sobreviver.
No entanto, antes de mais nada, precisamos entender o que define a governança corporativa. Criado em 1995, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) explica o termo desta forma: “É o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
Para reduzir a morte prematura de soluções com potencial, quatro princípios devem nortear uma startup: prestação de contas, responsabilidade corporativa, transparência e equidade — todos também aplicados às áreas de compliance de enterprises.
Mas como aplicar as boas práticas de gestão às startups?
No caso específico das novas empresas de tecnologia, esses conceitos devem seguir as fases de crescimento no mercado. Elas são divididas em quatro pelo IBGC. Confira!
Ideação
Esta é a etapa de definição sobre qual o problema ou dor a empresa busca resolver no mercado. É o ponto de partida em que, muitas vezes, a estrutura operacional nem saiu do papel. Aqui, é considerada a ideia de mercado e o número de clientes que é possível conquistar.
Neste ponto, é alinhada as responsabilidades dos sócios, formas de contribuição e participação futura. Também é definido sobre o modo de tomada de decisão de movimentos que a empresa fará do curto ao longo prazo, como novas aquisições ou investimento em áreas estratégicas.
Se você é sócio de startup, uma boa dica é imaginar o futuro da empresa: o que fazer caso apareça uma oportunidade de venda? E se houvesse a oferta e entrada de um novo sócio? Quais seriam as vantagens de se manter no negócio após um IPO? Fazer um checklist desses pontos pode ajudar a sanar as dúvidas.
Validação — Minimum Viable Product (MVP)
A fase de validação é quando os empreendedores vão, finalmente, colocar em prática para os testes de produto do modelo de negócios no mercado. Neste ponto, devem ser esclarecidas as dúvidas que surgiram durante o planejamento da empresa. É comum as startups receberem aportes pré-seed de investidores-anjo para ajudar a alavancar o projeto.
Delegar responsabilidades e práticas sobre atuais e futuros colaboradores e clientes também são importantes para o desenvolvimento viável tanto do produto quanto da empresa.
Dessa forma, o ideal é ter um contrato social, formalizar um acordo entre os sócios, organizar relações com prestadores de serviço e empregados, e estabelecer controles internos para a prestação de contas.
Tração
Denominada também como Product Market Fit (PMF), se refere à etapa posterior aos testes no mercado. Se a empresa chegou até aqui, o produto ou serviço já está definido, uma vez que os sócios viram a conquista de novos consumidores. Portanto, o que falta é capital e mais clientes para tornar aquela pequena ou média em uma grande empresa.
Nesta fase, os sócios precisam entender as diferenças entre patrimônio pessoal e os recursos da empresa, ter um processo claro para a tomada de decisões junto a figuras estratégicas, como executivos e investidores.
Definir a implantação de um conselho de administração ou consultivo também pode ajudar no direcionamento correto em busca dos objetivos traçados no início do ano ou período. É preciso dizer, ainda, que os empreendedores devem estar de olho no aprimoramento de práticas de compliance.
Escala
Na última e quarta fase, a empresa já está estabelecida. Pense, por exemplo, nos unicórnios brasileiros, como Nubank, Creditas ou NuvemShop. O desafio de quem está no comando de uma companhia em escala, como o CEO e demais executivos, é manter o ritmo acelerado de expansão.
Com o crescimento do mercado, a contratação de novos funcionários e a mudança de dimensão, é interessante que o empreendedor tenha noção que o impacto de uma decisão — para o bem e para o mal — é muito denso. Assim, espera-se que ele ou ela esteja mais preparado à medida que surgem novos — e mais difíceis — desafios.
Ter uma posição cada vez mais de executivo, com o direcionamento da cultura e definição das linhas de atuação, são proeminentes. Ganham ainda mais importância ter um conselho de administração formal para o compartilhamento das decisões e estratégias.
Por isso, aqueles antigos donos da startup devem ressaltar o código de ética e de postura daquela empresa, ressaltando que a companhia não perdeu a sua essência e identidade ao longo da jornada.
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